sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O meu mundo.

Os ventos em minha alma nunca deixam de soprar;
É o ar de muitas vidas do qual vou me alimentar;
Em cada sopro, a cada arranque, sinto o vento me levando;
E quando sento em meu trono azul-turqueza refulgindo;
Sinto os anjos me olhando, cantando enquanto estou caindo.

É um mundo que me espera, com a morte e meus rivais;
Sem sonhos ou esperanças, aqui não cantam meus pardais;
A cada dia que se passa o meu alívio vai surgindo;
A cada monstro do qual corro meu caminho vai se abrindo;
E então, com um passo em falso, grito enquanto estou caindo.

Paro no vazio, sem ninguém a me olhar;
E os anjos vão embora: Eles não podem mais cantar;
Suas asas brancas cortando o céu vão sumindo;
Mas já é tarde pra notar que você não está caindo.

E você se debate, se contorcendo em desespero;
Tenta fugir de sua casa, correr enquanto está inteiro;
Mas eu sei e não me engano que enquanto estou resistindo;
A corda vai se apertando e vai selando meu destino.

Mas meu mundo é assim mesmo, estranho, não se engane;
Tem belezas que assustam e tem cercas sem arame;
Seja vida, seja morte, seja tudo que se fez;
Se gostou, seja bem-vinda. Se não, olhe outra vez.

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