domingo, 10 de junho de 2018

A Olhos Vistos.

Conheço esse teu olhar torto,
É estranho, eu sei,
Mas não me engano.
Não é um erro. É mais humano.

Tenho por saber o que estranho,
E este olhar torto encara a dúvida com certeza,
Encara a resposta com escárnio,
E a desafia a se firmar como tal.

Mesmo assim, no fundo dos olhos,
Ignoro o fato de que nada importa,
Essa é a única ignorância que leva em frente.
Todas as outras só me olham torto com estranheza.

Talvez seja estranho, percebo,
Que, neste mundo de Pessoas,
Eu me faça Campos.
Mas é parte de minha alma,
Ou de qualquer coisa que a valha,
Que reside no fundo dos meus olhos.

Nada no mundo nos é dado.
Tudo é dado,
Que não nos dão, mas que os tomamos,
Simplesmente ao olhar.
Talvez não ao olhar... Mas talvez ao ver.

E com tudo que se passa,
Este olhar fica torto,
E quanto mais me olham estranho,
Mais digo que tudo bem.