quinta-feira, 18 de maio de 2006

E conforme a onda se aproxima da encosta
Eu não a temo, pois meu corpo, feito de rocha
É mais sólido que a dor do impacto

E as chamas do Sol que nos aquecem e confortam
Eu não as quero, pois minha alma, feita de lava
É mais quente que o calor do fogo

E a luz fria das estrelas distantes,
Eu não as vejo, pois meus olhos, feitos de diamantes
São mais brilhantes que o resplendor da glória

Mas o vento que tudo varre
Não há corpo que supere
O vento que tudo toca
Não há alma mais leve
O vento que tudo tem
Não há olhos mais perfeitos
O vento que tudo vê
Não leva nome ou sentimentos

O vento leva a dor do impacto
O vento rouba meu calor
O vento apaga minha glória
O vento esquece meu fervor.

Corpos se quebram
Almas se perdem
Olhos se cegam
Mas os ventos
Não param jamais.