terça-feira, 22 de abril de 2025

Sou ser natural, nascido da terra
Mas a terra não sou restrito
Outros planos, em minha mente, percorro
Em outras esferas transito.

Eu busco um sentido profundo,
Ou um propósito único e esquecido
Me ver projetado (ou predito)
Em lenda, conto ou mito,

Em Noturna casa me encontro
Das sombras que ocultam os limites de tudo
A imensidão do vazio em que vago
É minha morada, meu lar, meu abrigo.

Mas as trevas não mais amedrontam
Não defendem ou afastam os perigos
Por isso agora com o Sol eu me cubro
Minha armadura dourada, em chamas fulguro!

Arde a luz que cria, o fogo que destrói 
É feito novo, esta visão do mundo
E a cada nova sombra que projeto
São infinitos novos vazios que crio.

Pois é tudo um só, ao fim.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Eu tracei minha melhor trilha,
Fui até onde podia.
Minhas pernas falharam
Minhas costas curvaram
Sou pesado e carrego peso demais.

Estou caído e já sei que devo me levantar;
É obvio e irritante tentar me lembrar.
E por favor não se apoiem em mim para dizer que preciso descarregar.

Se estou pedindo socorro, não quero conselhos.
Se houvesse algo mais a fazer, eu faria.
Como fiz tudo até aqui.
Se eu peço ajuda, não quero lições de vida.
Só quero que não contem comigo por um quilômetro ou dois.

Chove todos os dias, e todos se escondem, pois sabem que quem ainda está lá fora sou eu.

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Last Time

Wait!
Allow me to ask you for a second,
Given, not borrowed.
I have no more time to give you.

I count all things,
It is a measure of control.
That second is unaccounted for
So have to let it go...

And if you ask me when it was,
The last time that I lost it
I will lie and say it was tomorrow.

The last time I lost it
Was the first one
Because I never found it again.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Olá,

Escrevo-te esta carta presente
No verso dum guardanapo sujo e amassado,
Da mesa de um bar escuro, decadente e sagrado,
Tudo cheira a cigarro e tem uma história deprimente.

Estou aqui olhando quem entra e sai,
Os que choram e os que riem,
Mas não importa quem vem ou vai,
Rir ou chorar é o mesmo, no fim.

Perdoa esta mancha que me borra as palavras,
Meu copo transborda, minhas mãos tremem,
Eu bebo à decadencia, ao imoral,
Às pessoas que mentem de frente ao normal.